UMA CATEQUESE COM POEMAS, CARREGADOS DE POESIA...
O POEMA É CARREGADO DE MUSICALIDADE, E POR ISSO TOCA OS CORAÇÕES!
FAÇA USO DESSE GÊNERO EM SEU ENCONTRO DE CATEQUESE, CATEQUISTA!
ADEQUE O POEMA AOS TEMAS. DECLAME, PODE TAMBÉM MUSICAR...
ELES PASSAM ALEGRIA, SENSIBILIZAM...
FIZ AQUI UMA SELEÇÃO DE ALGUNS POEMAS, ALÉM DOS DA MINHA AUTORIA.
OS POEMAS A SEGUIR SÃO DA AUTORA DO BLOG: LUIZA MASTROCOLLO
SONHOS
PEQUENINOS
Tenho
tantos sonhos
Mas
o mais pequenino
É
o mais legal
Ser
feliz é tão genial
É
um sonho quase invisível
Só
com microscópio ocular
Dá
para eu enxergar
A
ninguém mais é possível
Este
sonho quando realizado
Toma
tamanha proporção
Deixa
nosso coração acelerado
Quanta
emoção!
UMA
PORÇÃO DE COISAS
Para você um bando de pirilampos
Que
sai pirilampando por aí
Deixo aqui e ali
Uma porção de coisas para você se
divertir
Coloco uma porção mágica de alegria
brilhante
Um pote de barro cheio de poesia estrelada
Uma nuvem
carregada de carinho
Uma pitada pintada
de emoção
Encho um baú com risos no me
Que
saem trililando tra lá lá lá
Junto tudo
tudinho num recipiente apertadinho
E quando transborda espalho por todos os
cantos
Trazendo
você para pertinho de mim
E juntos sairemos pirilampando por aí
O ANJO
Um anjo
secreto Vive
solto no ar
Observando
o que você faz
Na arte de
brincar
Com
suas asas te protege
De qualquer mal
que possa te machucar
É um anjo
escondido
Que na sua sombra sempre vai estar
Chame
sempre por ele quando precisar
E logo
logo te atenderá
ESTRELINHA
Estrelinha cai aqui na minha mão
Abra os ouvidos para eu te fazer uma canção
E nela o meu pedido
Não deixe as crianças sofrerem não
Estrelinha de algodão
De mel e de suspiro
Fique aqui na minha mão
Você é a amiguinha que eu preciso
a brilhar sozinha no céu
Estrelinha está
Vem para mim num carrossel
Feito de vento e vamos viajar
Mais uma vez estrelinha
Faço o meu pedido
Leve bastante alegria
Aos meninos esquecidos
JESUS
OLHA VOCÊ
Do céu a
gota de uma lágrima pingou
Ninguém
soube o que aconteceu
A cada
dia mais gotas caíram
Que até o
jardim se entristeceu
Ora, era
Jesus que chorava
Pelos
erros seu
Triste
sempre ficava
Pois
sabia o que aconteceu
Desobedeceste
a seu pai e sua mãe também
Tornaste
uma criança inquieta
Respondendo
a todos na certa
E não
dava sossego a mais ninguém
Não fez a
sua oração
Nem mesmo
a lição
Apenas
viu televisão
E no
coleguinha, deu um beliscão
Assim
Jesus fica muito ocupado
Dedica
todo tempo a você
Das
outras crianças Ele também tem cuidado
Então
preste atenção no que vai fazer
A GOTINHA DE CRISTAL
Duas nuvens se chocaram no céu
E da trombada caíram pingos d’água
E foi do choro das nuvenzinhas
Que gotinha de cristal nasceu
Fez morada numa cascata
E com outras gotinhas se encontrou
Brincaram de manhã à noite
Gotinha de cristal se encantou
RÁPIDO! RÁPIDO!
Rápido
Muito rápido
Novos amigos quero fazer
Muita alegria espalhar
Com a tristeza acabar
Ei você, venha para cá
Seu coração contagiar
Fazer parte dessa amizade
E o sorriso abraçar.
SUAVIDADE
Um
canto suave e belo
Encheu
a manhã de alegria
Era
o assovio do canário amarelo
Era
o dia fazendo poesia
Quão
suave é o frescor da manhã
Enfeitando
a vida com respingos de orvalho
Chamando
com fulgor para esquecer a nostalgia
E
dependurar a tristeza num galho
Vem
a cotovia musicar o dia
A
flor deixar seu perfume no ar
Com
simplicidade chega a brisa suave
Que
de leve no amor vem roçar
VERBOS
DO AMOR
Convoque
o sorriso
Libere
a tristeza
Pendure
a preguiça
Abrace
a esperança
Beije
o amor
Conserve
a bondade
Inspire
o poeta
Salve
a humanidade
Esbanje
alegria
Conquiste
a felicidade
Abomine
a corrupção
Leia
a verdade
Sopre
os desejos
Conquiste
a liberdade
Alimente
a fantasia
Esqueça
a saudade
Louve
a Deus sempre
Plante
os sonhos
Cultive a amizade
TRISTEZA
NORDESTINA
Ave
voando no
céu
Trazendo agouro ao sertão
Em busca de
comida
Pois a seca desnuda o nosso irmão
E
morrendo estão os sonhos
No
coração sertanejo
Que de tanta
peleja
Já
não crê em solução
São tão
poucos os ganhos
Pois negra
é a situação
Com leve
aspereza
Impacienta
- se a esperar
A custa
de tanta dureza a alma cansada
Põe
se a rezar
Acreditam que
Deus
Não
os abandonará
A
FOME
Há
uma fome insaciável no homem
Que
comida física não combate
Uma
fome miserável que consome
Será
que essa fome tem nome?
Não
é só fome de pão
É
de dignidade, respeito à razão
Justiça
na divisão, sobriedade na decisão
Coração
amargo, alma seca, sem solução
Essa
fome danada marcha muda
De
ombros caídos, esperança esfarrapada
Numa
sede de liberdade e música
Por
uma justa sociedade impera a busca
NÃO TEM
PÃO
Acaso o padeiro não veio?
O forno não esquentou?
A massa não pontuou?
As mãos não amassaram?
O pão não inchou?
A padaria fechou?
O galo não cantou?
O balconista não acordou?
Nada disso.
O desemprego se instalou.
UM DESEJO
SONHADO
Que bom seria se o homem
plantasse sabedoria
E brotassem esperanças coloridas
Que lesse as possibilidades das águas ficarem límpidas
Das
árvores se reerguerem dos pássaros terem um lar
Que bom seria
Se
o Homem considerasse o planeta terra uma bola sagrada
O
protegeria e não deixaria que fosse danificado
Que bom seria se tudo desejado
O sonho mais esperado
É de um ambiente recuperado
Um desejo profundo que invade o mundo
Fosse totalmente realizado
Oh!
Porque tu não és consciente?
E deixas as águas livres passarem
Os
peixes felizes nadarem
A mata, a nossa vida circundar
E
armazenar cada lixo em seu devido lugar?
Que bom
seria se profundamente
Desejasse a natureza preservar
E
certamente as aves e todos os animais
Em uma sinfonia iriam comemorar
Os sonhos
plantados em todo lugar
APELO
Não
roubem o tempo
Não
matem os sonhos
Não
requentem o café
Não
levantem a poeira
Não
voltem a ditadura
Não
tirem a esperança
Não
pisem nas fores
Não
molhem os lenços
Não
abandonem os idosos
Não
assassinem os rios
Não
ofendam a Deus
Não
aticem o vento
Não
sejam os escravos
Não
queimem os livros
Não
esqueçam os poemas
Não
deixem de amar
Não
abrace a tristeza
Não
borrem o arco íris
Não
percam o por do sol
Não
envergonhem nossa pátria
Não
tirem o riso da criança
Não!
Por favor! Não façam nada disso!
SINCERAMENTE
Eu
quero um país em que se faça justiça social
Um
país onde haja o senso comum natural
E
que se divida o pão o emprego e a educação
Em
que a ordem o progresso a saúde sejam campeões
De
bandeira desfraldada ergue se uma nação
Dia
a dia vai - se exaurir a corrupção
Sem
consumição dá - se sumiço ao vilão
Um
país de identidade pioneira que emoção
O
AMOR DE DEUS
Que
bonito ver um novo dia começar
A
esperança renascer a cada acordar
Em
primeiro lugar, colocar Deus a nos abençoar
Para
sentir - se confiante no caminhar
Ir
devagar, sem pressa para chegar
Alma
leve, seguro para a jornada enfrentar
Erguer
- se para o horizonte e se certificar
Que
a presença constante de Deus, contigo está
Deixar - se esvaziar das angústias, animar
Preencher
- se de um espírito novo, lutar
O
amor de Deus cultivar, semear, vivificar
E
nada, nada lhe faltará, apenas feliz será!
NÃO ESTÁ FÁCIL!!!
Maré
mansa
Maré
rasa
Maré
bravia
Vem
em ondas
Longas
curvas
E
num desfecho:
Está
puxado
Está
danado
A
maré não está para peixe
Sem
trabalho, sem teto, sem combustão
Só
violência, sem trégua, falta pão!
Estou
de saco cheio. De que?
De
tanta enganação, embromação!
Do
desfecho da nação!
A
CHUVA
Vem
a chuva trazendo a esperança
Que
move o sertanejo desesperançado
Chuva
que lava almas descrentes
Do
homem que a Deus roga desesperado
Mais
um dia se vai e a noite chega
A
chuva que nunca vem
Um
olhar furtivo para o céu
Que
nenhum sinal dá para alguém
Deus
que tudo pode
Ao
sertanejo Ele provém
Manda
chuva leve e mansa
Que
escorre pelos corações também
Semeando
a alegria como semente
Que
breve frutos produzirá
Vendo
a terra florir contente
O
sertanejo a Deus agradecerá
O MENINO TRISTE
Olhava da janela
A bola que rolava pela rua
E seu coraçãozinho sorria
Ao ver as crianças correndo livres
Seus olhinhos corriam atrás da bola
Ele também jogava era o juiz
Se via ali no meio daqueles meninos
Seu riso se fazia triste
Estava em uma prisão
Numa cadeira de rodas
Não podia jogar com as pernas
Mas jogava com o coração
COMPLEMENTO INCOMPLETO
A atividade humana
não se restringe a pensar
acontece no fazer do ser
é uma ação imediata
na lógica cometida
a atividade humana
é inesperada ou esperada
age sem razão
há um caminho não se sabe
aonde vai chegar
nas descobertas o homem gera
inconstâncias
sofre alegrias
recusa pensamento
alimenta fantasia Aha atividade humana?
transcende o desumano
e é no saber
que se faz a humanidade
cheia de atividades
são complementos
sem implementos
e há insatisfação completa
na atividade incompleta
Autora: Luiza Mastrocollo
PORQUE ESCREVO
Escrevo porque preciso
As palavras
sentem necessidade
De sair e serem faladas ou ditas ?
E daí ? escrevo enquanto dorme o sol
Enquanto a lua trabalha
Escrevo porque o tempo pede
No momento de escrever
Não penso,apenas sinto
Autora LUIZA MASTROCOLLO
POEMAS DE OUTROS AUTORES:
Se quiser me evangelizar,
Aproxima-se sem demora, sem mais;
Se quiser me falar de Deus,
Deixa que Ele transpareça por ti
Se quiser me dizer da tua relação com o Senhor,
Entrega-se às relações;
Se desejar que Deus me cure,
Mostra-me a saúde que vem do teu toque
Se desejar que eu sinta a ternura divina,
Acaricia-me com o calor humano;
Se desejar que eu experimente a presença de Deus,
Acolhe-me com a tua presença e verdade;
Se precisar mesmo me falar de paixão pela vida,
Permita que eu veja a tua preocupação pelos outros.
Que Deus é esse mesmo? Estranho não?
É mão que sustenta,
É mão próxima que acolhe,
É mão que protege,
É mão que afasta, não o irmão, a exclusão
Não importes tu que eu seja ateu,
Na verdade, quero sê-lo,
Quero ser ateu de um Deus que não me leva ao outro
Somente assim
Se eu não evangelizar,
AI DE MIM
Pe. Julio Santa Bárbara
In: Luz da Palavra. A poesia do Evangelho da vida
Todos os dias abrimos os olhos, mas não o suficiente
Vemos descontentes a imperfeição e a pedra
Olhamos com desgosto – em nós e nos outros –
o avesso e a costura
e não nos damos conta
que poder observar com amor o avesso
se torna preciosa aprendizagem de caminho
(e que esse caminho nos leva até ao presépio)
Pois aquilo, precisamente aquilo
que hoje identificares como pedra
Deus vem ensinar-te
a transformar em estrela
Pe. José Tolentino Mendonça
Viver é
Oferecer-se
Viver é ter aberto o coração
dia e noite e oferecê-lo
aos mendigos do amor,
da beleza e da esperança,
sem esperar nada em troca.
Como se oferece o vento
às folhas que se desprendem
das árvores,
balançando-as
até deitá-las no chão.
Como se oferece a árvore
ao pouso brando das garças
e ao espelho azul do lago.
Como se oferece o lago
aos olhos enternecidos
do casal de namorados.
Como se oferece o néctar
das flores ao beija-flor.
Como se oferece a flor
do campo aos olhos pasmados,
ao sorriso, às mãos minúsculas
e trêmulas dos in-fantes.
Como se oferece a terra
ao abraço silencioso
e fecundante da noite.
Basta abrir o coração
para exorcizar a morte.
Pe. Álvaro Barreiro sj
O MAIS IMPORTANTE NÃO É
O mais importante não é
que eu te busque
mas sim que Tu me buscas em todos os caminhos (Gn 3,9),
que eu te chame por teu nome,
mas que Tu tens o meu tatuado na
palma de tua mão (Is 49,1),
que eu te grite quando não tenho sequer palavra
mas que Tu gemes em mim com teu grito (Rom 8, 26),
que eu tenha projetos para ti,
mas que Tu me convidas a caminhar contigo rumo ao futuro (Mc 1, 17),
que eu te compreenda,
mas que Tu me compreendes em meu último segredo (1 Cor 13,12),
que eu fale de ti com sabedoria,
mas que Tu vives em mim e te expressas do teu jeito (2 Cor 4,10),
que eu te guarde trancado em meu cofre,
mas que eu sou uma esponja no fundo de teu oceano (EE 335),
que eu te ame com todo o meu coração e minhas forças,
mas que Tu me amas com todo o teu coração e tuas forças (Jo 13,1).
Porque como poderia eu buscar-te, chamar-te, amar-te
se Tu não me buscas, me chamas e me amas primeiro?
O silêncio agradecido é minha última palavra,
minha melhor maneira de encontrar-te.
Benjamim Gonzales Buelta sj
Prece
Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte!
Senhor, que és o céu e a terra, e que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo estás — (o teu templo) — eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faz com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
[…]
Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.
Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Fernando Pessoa.
[Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho]. Lisboa: Ática, 1966. – 61.
Vai passar, tu sabes que vai
passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa
chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes
cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará
quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer
e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás
pensando algo assim como 'estou contente outra vez'.
Felicidades
Pequenas felicidades
passeiam por nossos dias
como joaninhas na palma
da mão,
como um desenho de orquídea
trazido pelo vento.
Para não desperdiçá-las
há que estar sempre atento,
caminhar vagarosamente
pelos contornos da tarde,
encher os bolsos com a areia
dourada do tempo.
Roseana Murray
Não venhas mostrar-me
onde te busco,
encaminha minha busca
ali onde desejas revelar-te.
Não respondas no mesmo instante
a minhas petições tão pequenas,
surpreende-as com tua bondade
sem medida e sem usura.
Não me deixes satisfeito
nos conceitos onde te aprisiono
abre-os ao conhecimento de Ti
que não cabe em minha certeza.
Não percorras comigo meus caminhos
até minha meta fixada,
desvia-me contigo
pelas veredas de teu porvir.
Não permitas que te feche
dentro de meu peito possessivo,
distende-me inteiro e com gozo
no jogo incessante de tua vida.
Escuta-me no Espírito
que vive dentro de mim,
e me expressa dentro de Ti
mais além do que digo.
Benjamim Gonzalez Buelta
é padre jesuíta, poeta, mora em Cuba