ENCONTRO PARA
FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
JAÍBA-MG
FEVEREIRO
2018
“A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de
Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” (2 Cor 13,
13)
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
O Catecismo é uma
exposição da fé da Igreja e da Doutrina Católica, testemunhadas ou iluminadas
pela Sagrada Escritura, pela tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. O
Catecismo é, sobretudo, um instrumento válido e legítimo da comunhão eclesial e
serve como uma norma segura para o ensino da fé, do qual todos os batizados são
convocados a transmitir às novas gerações.
NO
CORAÇÃO DA CATEQUESE: CRISTO
426. «No
coração da catequese, encontramos essencialmente uma Pessoa: Jesus de Nazaré,
Filho único do Pai [...], que sofreu e morreu por nós e que agora,
ressuscitado, vive connosco para sempre [...]. Catequizar [...] é revelar, na
Pessoa de Cristo, todo o desígnio eterno de Deus [...]. É procurar compreender
o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele
realizados» (7). O fim da catequese é «pôr em comunhão com Jesus Cristo:
somente Ele pode levar ao amor do Pai, no Espírito, e fazer-nos participar na
vida da Santíssima Trindade» (8).
428. Aquele que é chamado a «ensinar Cristo»
deve, portanto, antes de mais nada, procurar «esse lucro sobreeminente que é o
conhecimento de Jesus Cristo». Tem de «aceitar perder tudo [...] para ganhar
Cristo e encontrar-se n'Ele» e «conhecê-Lo, a Ele, na força da sua ressurreição
e na comunhão com os seus sofrimentos, conformar-se com Ele na morte, na
esperança de chegar a ressuscitar dos mortos» (Fl 3, 8-11).
429. Deste conhecimento amoroso de Cristo
brota o desejo de O anunciar, de «evangelizar» e levar os outros ao «sim» da fé
em Jesus Cristo. Mas, ao mesmo tempo, faz-se sentir a necessidade de conhecer
sempre melhor esta fé. Com esse objectivo, seguindo a ordem do Símbolo da fé,
primeiro serão apresentados os principais títulos de Jesus: Cristo, Filho de
Deus, Senhor (Artigo 2). O Símbolo confessa, em seguida, os
principais mistérios da vida de Cristo: da sua Encarnação (Artigo
3), da sua Páscoa (Artigos 4 e 5) e,
por fim da sua Glorificação (Artigos 6 e 7).
É urgente a necessidade de evangelização não só de quem
está fora, mas até mesmo dentro da Igreja.
QUERIGMA Em resposta a proposta de
Evangelização feita por João Paulo II para a Igreja no novo milênio, a nossa
catequese é querigmática. O querigma (primeiro anúncio) é baseado no centro da
nossa fé católica:
A evangelização se dá em dois momentos sucessivos que
são complementares e interdependentes: O
Querigma: Primeiro anúncio de Jesus A Catequese: Ensino progressivo da fé São
2 passos consecutivos, onde o querigma sempre deve anteceder à catequese. Se o
querigma é a forte badalada do sino, a catequese é o eco da badalada.
A catequese prolonga o anúncio querigmático. Não é
fria doutrina ou meros ensinamentos teóricos, mas a extensão e a plenitude da
nova vida trazida por Jesus. A vida nos é dada pela fé com que respondemos ao
anúncio querigmático, mas a vida em abundância chega à sua plenitude, através
da catequese vivida na fé.
O
grande erro pedagógico foi sempre o de primeiro catequizar para depois
"cristianizar", ou seja, insistem-se, primeiro, em catequizar os
fiéis. No entanto, esqueceu-se o princípio fundamental exigido por Jesus a
Nicodemos: É necessário nascer de novo.
O primeiro anúncio é composto de seis
temas fundamentais- não é doutrina- mas verdade de fé.
a) O amor de Deus: Deus te ama:
Deus é um Pai
amoroso, que te ama pessoal e sejas bom, mas sim porque ele é bom.
b) O pecado: não te podes salvar por ti mesmo:
O pecado, que
consiste em não confiar em Deus e não depender dele impede que sintas o amor
divino. És pecador necessitado de Salvação, porque não és capaz de vencer Satanás
nem de libertar-te do poder do pecado.
c) Jesus, única
solução: Jesus já te salvo:
Existe uma boa
notícia, o centro do Querigma: Jesus já te salvou e perdoou, pagando a
dívida com o preço de seu sangue. Com sua morte por ti e sua ressurreição,
partilhou contigo a vida: vida de filho de Deus. Já estamos em paz com Deus e é
possível a felicidade. Jesus não nos salva. Já nos salvou.
d) Fé e conversão:
aceita o Dom da Salvação
Jesus ganhou, já,
uma Nova Vida para você. Recebe-a, crendo e convertendo-se:
-
Converter-te é mudar tua vida pela vida de Jesus. Entregar tua vida de pecado e
começar a viver a vida de filho de Deus.
e) O Dom do Espírito: a promessa é para você:
Jesus se faz
presente com sua Salvação por meio de seu Espírito.
Ele está sedento
de presentear-te com a água viva do Espírito de filiação, que clama: “Abba”:
papai.
f) A comunidade: Jesus
está no irmão:
Não basta nascer:
é preciso crescer na vida nova. Para isso, é necessário manter-se unido à vida
(Jesus), vivendo como parte do Corpo de Cristo, em união com todos os outros
membros.
O encontro com
Cristo leva, necessariamente, ao encontro do irmão, especialmente do mais
necessitado.
O
processo metodológico de Jesus apresenta um
crescimento contínuo. Ele mostra através do amor sem medida na base da
gratuidade, da doação, do serviço. Por isso, Jesus usa a pedagogia do amor. No
encontro com o jovem rico diz o evangelho de Marcos: “Jesus olhou para ele com
amor” (Mc 10,21). O mandamento que ele nos deixou marca esta prática: “Amem-se
uns aos outros como eu amei vocês” (Jo 15,12).
Alguns exemplos
de como Jesus se relacionava com as pessoas.
Documento 107 CNBB Iniciação à vida cristã-
itinerário para formar discípulos missionários- um novo desafio paroquial
O Documento 107 – Iniciação à Vida Cristã
– (a partir de agora mencionado pela sigla “IVC”) afirma que a resposta aos
desafios da evangelização hoje, principalmente na transmissão da fé cristã,
depende da renovação da consciência daqueles que atuam nas paróquias, em todas
as pastorais, como participantes da ação catequética.
A necessidade
desta renovação pastoral se dá por conta da mudança dos interlocutores (as
pessoas que procuram os sacramentos). Mudaram os valores, os modelos, as
alegrias, as esperanças, as tristezas e alegrias das pessoas de hoje (IVC 51).
Nos dias atuais [1] a
prática religiosa não é mais uma tradição herdada da família [2],
mas é uma escolha pessoal que é motivada, principalmente, pela atração que a
comunidade cristã exerce sobre as pessoas (IVC 7).
CATECUMENTATO: A inspiração
catecumenal proposta pelo Magistério da Igreja é uma dinâmica, uma pedagogia,
uma mística, que nos convida a entrar sempre mais no mistério do amor a
Deus [5].
Esta entrada no amor divino é que marca a mística. A mística se concretiza no
encontro com Deus e com o próximo. Diz o Papa Francisco: “cada vez que nos
encontramos com um ser humano no amor, ficamos capazes de descobrir algo de
novo sobre Deus” (EG 272 cf. IVC 56).
Para
que este encontro aconteça e que também seja superado o esquema formal de fases
separadas da catequese, é necessário reatar a parceria e união entre liturgia e
catequese. É preciso redescobrir a liturgia como lugar privilegiado de encontro
com Jesus Cristo (IVC 74).
O clima mistagógico é um
ambiente progressivo de introdução no mistério pascal de Cristo, vivido na
experiência comunitária, quer sejam nas ações litúrgicas, bem como nas ações
pastorais da comunidade. Daí a necessidade de que toda a comunidade cristã
assuma a postura catecumenal. E ainda é necessária a profunda integração das
celebrações litúrgicas e o aprofundamento dos sacramentos da iniciação à Vida
Cristã (IVC 60).
VIVÊNCIA
DOS SACRAMENTOS:
O Batismo é a
primeira entrada para a participação no mistério do Senhor e iniciação de um
processo de identificação com Cristo. O Batizado é chamado de neófito (planta
nova) [6],
renascido em Cristo, nova criatura (IVC 98). A Crisma complementa a
configuração do batizado com Cristo e encaminha-o para a participação na
Eucaristia (IVC 130). Pela Crisma somos confirmados com o selo do Espírito
Santo para celebrar o Pentecostes (IVC 131).
Estamos
afirmando repetitivamente a importância entre o processo catequético e a
liturgia. A liturgia é fonte inesgotável de formação do discípulo missionário.
As celebrações, pela riqueza de suas palavras e ações, mensagens e sinais,
podem ser consideradas como catequese em ato. Não somente os catecúmenos, mas
todos os membros da comunidade precisam ser constantemente formados para a vida
litúrgica. A Liturgia, com a riqueza do Ano Litúrgico, é ocasião privilegiada
de formação continuada (IVC 182).
PONTOS
IMPORTANTES DO DOCUMENTO 107 (IVC)
(n. 63) – Deixando-nos guiar pela dinâmica deste encontro de Jesus [com a
Samaritana], queremos apresentar alguns elementos que a Igreja usou e que,
hoje, inspiram nossa ação evangelizadora, a fim de nos tornarmos sempre mais
uma Igreja casa da Iniciação à Vida Cristã.
(n. 66) – Os
processos de Iniciação se fundamentam na Sagrada Escritura e na Liturgia,
educam para a escuta da Palavra e a oração pessoal, mediante a leitura orante,
evidenciando uma estreita relação entre Bíblia, catequese e liturgia.
. (n. 69) – A Iniciação à Vida Cristã é uma urgência que
precisa ser assumida com decisão, coragem e criatividade. Ela renova a vida
comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes
evangelizadoras e pastorais
(n. 71) – A família, como primeira e principal responsável da educação e
formação dos seus filhos, assumia a formação inicial na fé, com as primeiras
noções e orações da fé cristã e a vivência dos valores cristãos. A sociedade
cristã e as grandes celebrações da Igreja ajudavam a manter um clima de
tradição cristã.
(n. 75) – Há necessidade de envolver a comunidade inteira no processo
da Iniciação à Vida Cristã e na formação continuada dos
fiéis.
(n. 80, 81, 82) – O mergulho no mistério de Deus, que
orienta todo o processo iniciático, possui caráter fortemente simbólico…
Através do simbólico, pessoas se sentem comprometidas com o mistério profundo
das coisas, das pessoas e do próprio Deus… Por sua natureza simbólica, o rito
mexe com os sentimentos, envolve na comunidade e se repete fortalecendo o que
já foi assumido… Símbolos e ritos realizam o enco
ntro com Deus,
ajudam a perceber a presença do mistério divino em todas as coisas.
(n 91) – A Iniciação à Vida Cristã é graça benevolente e
transformadora, que nos precede e nos cumula com os dons divinos do Pai, em
Cristo, pelo Espírito. Ela se desenvolve dentro do dinamismo trinitário: os
três sacramentos da Iniciação, numa unidade indissolúvel, expressam a unidade
da obra trinitária na iniciação cristã: no Batismo assumimos a
condição de filhos do Pai, a Crisma nos unge com
unção do Espírito e a Eucaristia nos alimenta
com o próprio Cristo, o Filho.
(n. 112) – A ação do Espírito Santo faz, por meio da Iniciação à Vida Cristã,
com que a Igreja se torne Mãe, geradora de filhos e filhas que à medida que vão
sendo inseridos no mistério de Cristo, tornam-se, ao mesmo tempo, crentes,
profetas, servidores e testemunhas.
(n. 113) – Mãe por excelência e sumamente amada pelo povo brasileiro, Maria é
aquela que lança luz definitiva sobre o processo de Iniciação à Vida Cristã que
propomos, pois, “durante muitos anos, permaneceu na intimidade com o mistério
do seu Filho, e avançou no seu itinerário de fé”.
C.17 CATECUMENATO
C.17.1 Adultos e Catecumenato
§1247 Desde as origens da
Igreja, o Batismo dos adultos é a situação mais normal nas terras onde o
anúncio do Evangelho é ainda recente. O catecumenato (preparação para o
Batismo) ocupa então um lugar importante. Sendo iniciação à fé e à vida cristã,
deve dispor para o acolhimento do dom de Deus no Batismo, na Confirmação e na
Eucaristia.
C.17.2 Formas de Catecumenato
§1230 Esta iniciação tem
variado muito ao longo dos séculos e de acordo com as circunstâncias. Nos
primeiros séculos da Igreja a iniciação cristã conheceu um grande
desenvolvimento com um longo período de catecumenato e uma seqüência de ritos
preparatórios que balizavam liturgicamente a caminhada da preparação
catecumenal e que desembocavam na celebração dos sacramentos da iniciação
cristã.
Neófito é o principiante, alguém que começou
recentemente em algo ou está em algum lugar pela primeira vez. Em sua etimologia,
a palavra neófito surge da junção dos termos gregos neo, que
significa novo, e phytos, que é planta. ...Neófito na Bíblia refere-se
àquele que foi convertido aos cristianismo a menos de três anos.
AS DIMENSÕES DA
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
DIMENSÃO PESSOAL: A iniciação à Vida Cristã é a
participação humana no diálogo da salvação, que gera vida nova atrelada à
realidade divina. Essa vida nova, essa participação na natureza divina,
constitui o núcleo e coração da Iniciação à Vida Cristã.
DIMENSÃO COMUNITÁRIA: Para que o processo catecumenal seja
eficaz é necessária à participação de toda a comunidade, pois é ela o rosto da
Igreja a ser visto pelos catecúmenos.
DIMENSÃO MISSIONÁRIA: Não existe Iniciação à Vida Cristã sem
abertura Missionária. O ponto de partida desta conversão missionária é sair,
aproximar-se das pessoas e acolhê-las nas situações em que se encontram. A
dinâmica da acolhida, portanto, dá a tônica a este primeiro tempo: o anúncio do
querigma [7] (IVC
157). Ao anunciar a “Boa Nova”, a Igreja se torna querigmática e missionária e
se torna peregrina, desinstalada, samaritana, misericordiosa, enfim, uma Igreja
missionária
Nenhum comentário:
Postar um comentário