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quarta-feira, 14 de julho de 2021

VENCER O INIMIGO, CRÔNICA EM TEMPO DE PANDEMIA...

VENCER O INIMIGO, CRÔNICA EM TEMPO DE PANDEMIA...

Mais uma segunda feira amanheceu silenciosa. O burburinho tímido do domingo inquieto ficou para trás. Da para ouvir o rebuliço dos pássaros a se misturarem em sua variedade de sons alegres, como a dizerem que a manhã é tão somente deles, e saem numa sinfonia entre o coqueiro, a goiabeira, o abacateiro e até mesmo a palmeira.

Mas como um intruso, um cachorro próximo a essa festa singular, insiste em latir como alegoria debandada em quebra do ritmo construído. Porém, ele logo se cala, sente que o silêncio é mais importante.

Nem mesmo o farfalhar das árvores se conjugou para quebrar a quietude que está sendo banhada pelo sol virtuoso.

As crianças certamente ainda dormem, pois a manhã um pouco fria, como um convite a ficar debaixo dos cobertores. Ainda não se escuta seus gritos, risos, grunhidos, já que a escola está solitária à espera deles, nem se sabe quando, então permanecem em casa, para alegria ou desespero dos pais.

As ruas vazias. Onde estão todos? Ao ocaso?

Entrincheirados? Foram sucumbidos?

Nem todos. Muitos foram à luta. A vida continua.

Outros se recolhem ao medo que gera o silêncio, como que se falar desperta o inimigo adormecido, espalha o pavor.

Há muita insegurança?

De quem se aproximar?

Como conviver com o invisível, aquele que não se sabe onde está, que age nas vidas frágeis, que não podem se afastar, no momento em que tudo que se pede é um abraço, mas ganha apenas um aceno, porque agora é proibido sorrir, rir, gargalhar, pois esses verbos também  estão no isolamento.

Pela imprudência, a ignorância de tantos, o inimigo invisível invade sorrateiramente e ataca sem piedade. Alguns saem ilesos, outros pagam com a vida. Ainda não era tempo da vida se esvair.

Estamos mascarados, devemos permanecer assim, deixe apenas os olhos, as mãos falarem, contudo, vença o inimigo oculto.

Quantos silêncios tem ocorrido sem mesmo o tempo de um adeus, uma despedida merecida, um abraço... Não, nada, simplesmente nada...

No entanto, é dessa ausência é que se deve tirar tempo para uma reflexão profunda da nossa essência, refletir sobre esse acontecimento inesperado em nossa era:

A COVID 19. QUE MARCOU TODA UMA GERAÇÃO.

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